quinta-feira, 22 de junho de 2017

Adhesão ao governo de João Franco

Em 2 de maio de 1907, os progressistas deixaram de apoiar João Franco que, não podendo governar à inglesa, passou a fazê-lo à turca, como então se dizia [...] (1)

Retrato de João Franco (detalhe), Julio Costa, 1903.
Imagem: DuasCidades

O sr. Presidente do Conselho recebeu hontem uma commissão de habitantes do concelho de Almada, que lhe entregaram uma mensagem de inteira adhesão á obra do governo, e que o sr. Conselheiro João Franco agradeceu, profundamente reconhecido por tão importante e significativa manifestação, assegurando que o gabinete continuará cumprindo honradamente o seu dever.

O ministério de João Franco, 1906.
Imagem: Wikipédia

A commissão foi apresentada pelo illustre chefe do partido regenerador-liberal n'aquelle concelho, sr. Manuel Figueira Freire da Camara e era com posta pelos srs. Raymundo Monteiro Torres, Antonio Serra, Antonio Joaquim Alves Valladares, tenente Guilherme de Azevedo, Manuel Joaquim Ribeiro, D. Francisco de Mello e Noronha, dr. Domingos Antonio Lopes, Ricardo da Silva, Elisiário Augusto de Passos Monteiro, Antonio Augusto Teixeira da Silva, Antonio Fernandes Martins, Carlos Silva, Manuel Henriques, dr. Camacho, Epiphanio Augusto Gonçalves, Bernardino Pinto, Manuel Carlos, Luiz Augusto Correia Salgueiro e João Danino, etc. 

Essa mensagem é do seguinte teor:

"Il.mo Ex.mo Sr. Conselheiro João Franco Castello Branco, Presidente do Conselho de Ministros e Ministro do Reino.

Os habitantes do concelho de Almada, adiante assignados, pertencentes a todas as classes sociaes, veem, sem preoccupações de politica partidaria, trazer ao governo, a que V. Ex.a tão dignamente preside, a adhesão, que elle tem subido merecer, pelas suas acertadas medidas para a regeneração económica, administrativa e politica do paiz.

A Paródia, n° 173, 15 de dezembro de 1906.
Imagem: Hemeroteca Digital

Muitos o calorosos teem sido os applausos á obra consciente, honesta e bem orientada dos homens do governo, porque o paiz, cançado de promessas faceis e raramente realisadas, está hoje seguro de que o seu único pensamento é, como V. Ex.a bem disse no discurso que corre impresso: 'dar satisfação ás aspirações e interesses nacionaes e ser instrumento de civilização e progresso.'

A Paródia, n° 186, 6 de abril de 1907.
Imagem: Hemeroteca Digital

Conscientes d'isto e não devendo ficar indiffcrentes perante o movimento geral, manifestado em favor do governo, os abaixo assignados veem depor esta mensagem, simples mas sincera, nas mãos de V. Ex.a

Almada, 1 de agosto de 1907."

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Também em nome do conselho de Almada foi entregue ao chefe do governo esta outra mensagem:

"Il.mo Ex.mo Sr. Conselheiro João Franco Castello Branco, Presidente do Conselho de Ministros:

No discurso lido por El Rei na sessão solemne da abertura das cortes em 29 de setembro do ultimo anno [v. abaixo], o governo, a que V. Ex.a nobremente preside, afirmou o proposito do transferir o Arsenal de Marinha, hoje insufficientemente dotado e sem a amplitude precisa, para a margem sul do Tejo, de modo a collocal-o em condições do poder corresponder ás exigencias da moderna technica naval.

Retrato de D. Carlos I (detalhe), Roque Gameiro, 1902.
Imagem: Tribunal de Contas

Conseguido isto, que seria bastante, por si só, para honrar uma administração, o governo, que tão empenhado está em gerir bem os negocios públicos, terá satisfeito uma aspiração nacional muito instante, uma necessidade publica imperiosa, e sobejamente merecido o reconhecimento do paiz.

Com um arsenal capazmente montado, será mais viável o desenvolvimento da nossa marinha de guerra, que tanto urge pôr em estado de poder, pelo valor e pelo numero das suas unidades de combate, cooperar activa e proveitosamente na defesa das costas do reino e do nosso património colonial.

Navios da Marinha de Guerra Portugueza no alto mar, Alfredo Roque Gameiro, 1903.
(Da esq. para a dir., cruzador Vasco da Gama, cruzador D. Carlos I, torpedeiro n.°2, cruzador S. Raphael, cruzador D. Amélia, torpedeiro n.° 3, cruzador S. Gabriel, cruzador Adamastor.)
Imagem: europeana collections

Os capitaes que precisamos de dispender com as construcções e reparações navaes, reverterão em favor da economia nacional, não serão levados, como até aqui, ao estranjeiro; e muitos braços, a que a pobresa das nossas industrias particulares não pôde dar emprego, encontrarão trabalho no novo arsenal. 

Em frente da ponte do Arsenal de Marinha, J. Novaes Jr., c 1900.
Imagem: Internet Archive

Depois, é lastimável que, alliados da Inglaterra, a primeira potencia naval do mundo, não tenhamos um molhe do armamento a que possam atracar, para se reabastecerem, os grandes Couraçados; que não disponhamos d'uma grande doca de reparação onde, navios amigos, possam refazer-se das avarias soffridas n'uma acção naval; que não tenhamos, sequer, um lugar de abrigo onde, no estado de guerra, elles possam momentaneamente acolher-se para repousarem em segurança.

E sem isso, não poderá o porto do Lisboa, posto que magnificamente situado, servir de ponto de apoio verdadeiramente util a uma esquadra, como tanto interessa á nossa propria defesa.

Estudos completos, feitos por pessoa a quem se attribue elevada competência profissional, e já entregues na secretaria do ministério da Marinha, designam os terrenos, a conquistar ao Tejo, entre Mutella e o Alfeite, n'este concelho, como ser os preferidos, tanto sob o ponto de vista technico como economico, para a installacão do arsenal. 

Futuro Arsenal de Marinha na outra margem do Tejo.
Lisboa monumental, ilustração, Alonso (Joaquim Guilherme Santos Silva, 1871 — 1948).
Imagem: Hemeroteca Digital

Ocioso será, portanto, pedir ao governo de Sua Majestade que o arsenal alli seja estabelecido.

O concelho de Almada, tão favorecido pela natureza, mas tão carecido de progressos materiaes, bem merece esse importante melhoramento, que virá augmentar consideravelmente a sua população, desenvolver o seu commercio e valorisar a propriedade. O pais ficará contando, certamente, uma cidade a mais. Elevando-se, eomo elevarão sensivelmente, os rendimentos do concelhos, poder-se-hia modificar as condições materiaes e económicas das suas povoações, que ha muito reclamam beneficios úteis e até urgentes, mas que os recursos financeiros do município não teem deixado, por muito escassos, realisar. 

A grande ponte para caminhos de ferro e peões entre as duas Lisboas do futuro.
Lisboa monumental, ilustração, Alonso (Joaquim Guilherme Santos Silva, 1871 — 1948).
Imagem: Hemeroteca Digital

Resta-nos ainda uma solicitação a faser ao governo de Sua Majestade: que seja mandado executar, com a urgência que as circumstancias reclamam, o prolongamento do caminho de ferro do Barreiro a Cacilhas, cuja necessidade é evidente.

As communicações entre Lisboa e o Barreiro, sobre serem relativamente demoradas, offerecem dificuldades, mormente em occasiõos de nevoeiro, que não apresentam, ou que são, pelo menos, consideravelmente attenuadas, para Cacilhas. Bastará considerar que, para o Barreiro, a navegação tem de fazer-se, em grande parte, por um canal.

Cacilhas, Molhe e pharol, ed. Martins/Martins & Silva (para editor local), 19, c. 1905.
Imagem: O Pharol

É notorio, além d'isso, que a estação do Barreiro já não satisfaz ás necessidades do trafego, tendo succedido ficarem mercadorias de fácil detereoração em caes descobertos ou nas linhas de resguardo, expostas á acção do tempo. E não será fácil, sem largos sacrifícios, accommodar aquella estação ás exigências actuaes. 

Pôde, de resto, prever-se com segurança que o capital a dispender pelo Estado com a linha ferrea do Barreiro a Cacilhas terá uma remuneração largamente compensadora.

Projecto de aterro dockas e caminho de ferro que devem ser construídos na bahia formada pelas águas do Tejo Barreiro e Cacilhas (detalhe), Jayme Lorches, 1860.
Imagem: Biblioteca Nacional de Portugal

N'estas condições, os abaixo assignados, habitantes do concelho de Almada, ou n'elle possuindo interesses, ficam esperançados em que o Governo a que v. ex.a dignamente preside attenderá, por que é justa, a representação que, sem preoccupações partidárias, veem depôr nas mãos de v. ex.a

Deus guarde a v. ex.a — Almada, 1 de agosto de 1907. (2)


(1) Politipédia
(2) Diario Illustrado, quinta-feira 8 de agosto de 1907

Informação relacionada:
Governo de João Franco (1906)

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O discurso lido por El Rei [D. Carlos] na sessão solemne da abertura das cortes em 29 de setembro [de 1906]:

"Dignos Pares do Reino e Senhores Deputados da Nação Portuguesa:

No cumprimento do Meu dever de Rei Constitucional venho hoje abrir uma nova época legislativa, felicitando-Me por poder consignar perante os representantes da Nação a cordialidade das relações de Portugal com todas as outras potências.


Retrato de D. Carlos I, Roque Gameiro, 1902.
Imagem: Tribunal de Contas

Com algumas delas existem, dependendo da aprovação parlamentar, convenções e acordos de interesse recíproco sobre que oportunamente tereis de deliberar; com outras estão pendentes negociações para a realização de tratados de comércio.

Tendo sido dissolvida a Câmara dos Senhores Deputados, procedeu-se a novas eleições gerais, aprazendo-Me constatar a perfeita ordem e inteira liberdade com que foram realizadas.


Na execução do seu programa político e administrativo, cujo desenvolvimento na parte dependente do Poder Legislativo sucessivas propostas de lei irão acentuando, o Meu Governo começará por vos apresentar importantes medidas que carecem da vossa atenção e estudo. Assim, à proposta de lei aprovando o contrato provisório celebrado com a Companhia dos Tabacos de Portugal, que, pela urgência do assunto, vos será em primeiro lugar apresentada, seguir-se-ão, como bases fundamentais da regularização da administração pública, as propostas de lei sobre responsabilidade ministerial e reforma da contabilidade, procurando assegurar por esta forma a ordem moral e material nos serviços do Estado.


Pela pasta do Reino, na parte propriamente administrativa e política, vos serão apresentadas propostas: - reconhecendo a urgência da reforma de alguns artigos da Carta Constitucional e Actos Adicionais; estabelecendo um novo regime eleitoral, com o regresso ao sistema dos círculos uninominais, alargamento da elegibilidade aos membros das classes trabalhadoras e entrega do recenseamento e das operações eleitorais ao Poder Pela pasta do Reino, na parte propriamente administrativa e política, vos serão apresentadas propostas: - reconhecendo a urgência da reforma de alguns artigos da Carta Constitucional e Actos Adicionais; estabelecendo um novo regime eleitoral, com o regresso ao sistema dos círculos uninominais, alargamento da elegibilidade aos membros das classes trabalhadoras e entrega do recenseamento e das operações eleitorais ao Poder Judicial; remodelando o Juízo de Instrução Criminal, de forma a tornar eficaz a responsabilidade dos seus funcionários e instituindo o princípio da instrução contraditória; dispensando a autorização do Governo para o prosseguimento dos processos criminais contra funcionários; garantindo a liberdade de associação; e abolindo os passaportes, excepto para os emigrantes Pela pasta do Reino, na parte propriamente administrativa e política, vos serão apresentadas propostas: - reconhecendo a urgência da reforma de alguns artigos da Carta Constitucional e Actos Adicionais; estabelecendo um novo regime eleitoral, com o regresso ao sistema dos círculos uninominais, alargamento da elegibilidade aos membros das classes trabalhadoras e entrega do recenseamento e das operações eleitorais ao Judicial; remodelando o Juízo de Instrução Criminal, de forma a tornar eficaz a responsabilidade dos seus funcionários e instituindo o princípio da instrução contraditória; dispensando a autorização do Governo para o prosseguimento dos processos criminais contra funcionários; garantindo a liberdade de associação; e abolindo os passaportes, excepto para os emigrantes.


Ainda pela mesma pasta, no capítulo da instrução, a que o Meu Governo dedica o maior interesse, vos serão submetidas duas propostas de lei: - tendo uma por fim a reorganização dos serviços da instrução pública na sua parte directiva e dando ao Conselho Superior uma acção mais larga e eficaz, tanto na organização do ensino como na escolha e garantias do professorado, e à Universidade de Coimbra, às escolas superiores e ainda a outros institutos principais de ensino uma autonomia e independência não só pedagógica, mas económica; e ficando, pela outra, autorizado o Governo a mandar ao estrangeiro, para complemento da sua instrução não só os estudantes pobres que hajam dado provas distintas de capacidade e aplicação, mas também os professores primários e de algumas disciplinas do ensino secundário que se mostrem especialmente aptos para adquirirem o conhecimento e prática dos melhores processos pedagógicos.


Pela pasta da Justiça, além da lei de responsabilidade ministerial, ser-vos-à apresentada uma proposta assegurando melhor a independência do Poder Judicial, separando as duas magistraturas - Judicial e do Ministério Público - e fazendo reverter para o Estado as custas dos processos criminais em Lisboa e no Porto, com a respectiva compensação para os magistrados e empregados de justiça. Também pela mesma pasta vos serão presentes medidas reformando a lei de liberdade de imprensa, remodelando a legislação actual sobre delitos de anarquismo, e estabelecendo um processo especial para a cobrança das pequenas dívidas.


Não descura o Meu Governo o progressivo aperfeiçoamento das instituições militares, e neste sentido, pelas pastas da Guerra e da Marinha, vos apresentará uma proposta de lei para a organização do Supremo Conselho de Defesa Nacional, tendo por fim assegurar a preparação da guerra e a estabilidade das organizações militares de terra e mar.


Pela pasta da Guerra vos serão apresentadas propostas: remodelando os tabeliães de vencimentos dos oficiais do exército e da readmissão das praças de pret; reorganizando a Escola do Exército e o Curso do Estado-maior; criando um colégio para filhos dos oficiais inferiores; modificando as condições da reforma dos sargentos e sargentos-ajudantes; remodelando a lei das servidões militares; alterando provisoriamente as condições de promoção dos tenentes de artilharia; reorganizando o Campo Entrincheirado de Lisboa; e difundindo a instrução militar preparatória em todo o país.


Igualmente chamo a vossa atenção e solicitude para as importantes questões dependentes da pasta da Marinha, tanto no que respeita aos serviços propriamente marítimos, como aos problemas da administração ultramarina. Quanto aos primeiros o Meu Governo vos apresentará medidas para a organização da marinha colonial; para a instalação do Arsenal de Marinha na margem esquerda do Tejo; para a organização da defesa móvel; para a supressão das Escolas de Alunos Marinheiros, organizando, em sua substituição, a instrução profissional da marinha mercante nos departamentos marítimos e preparando o início dos trabalhos da carta hidrográfica e das cartas de pesca; e, finalmente, para a protecção e desenvolvimento, da indústria nacional da pesca.

Quanto ao Ultramar apresentar-vos-à o Meu Governo medidas de carácter geral, como é a organização administrativa das diversas províncias, com uma descentralização diferenciada; e a correlativa organização militar, em bases mais económicas e com a separação das funções que correspondem às tropas ultramarinas das que só podem competir ao exército da metrópole; e medidas de interesse e fomento especial de certas províncias e regiões, como são a organização dos serviços e melhoramentos do porto de São Vicente de Cabo Verde e as tendentes ao alargamento da irrigação agrícola no Estado da Índia e à construção do caminho-de-ferro de Quelimane.


Como fundamento imprescindível e essencial para orientar e coordenar a intervenção dos corpos legislativos nos problemas do fomento nacional, oportunamente vos será presente pela pasta das Obras Públicas o relatório económico em que, coligindo-se numerosos elementos de informação dispersos por varias repartições e serviços, pela primeira vez se procura, de uma forma geral, estudar e definir as forças naturais, industriais e de acumulação que constituem a economia do país, precisar a influência da acção directa ou indirecta do Estado e formular as conclusões que se antolhem mais conformes ao proveitoso movimento dos variados factores económicos.

Como seu complemento e natural corolário, vos serão presentes propostas actualizando a legislação sobre propriedade industrial; modificando o ensino agrícola em proveito de uma melhor difusão das noções elementares de técnica rural, por meio das cátedras ambulantes; procurando a maior utilização profissional do nosso ensino industrial; e outras moldadas no mesmo intento de fazer coincidir a legislação com as características peculiares à nossa organização económica.


Dentro da mesma convergência de propósitos, como satisfação imediata a instantes razões de conveniência pública, serão primariamente submetidas ao vosso exame propostas regulando a exportação e comércio de vinhos generosos, que o Douro tanto e tão justamente reclama; fixando o regime para exploração e administração do porto de Lisboa; e providenciando sobre classificação, conservação e reparação das estradas nacionais.

Atendendo a uma alta questão de justiça social e de utilidade pública, no seu mais largo sentido, propor-vos-à o Governo a criação de uma caixa de aposentações para as classes operárias e trabalhadoras, seguindo assim na esteira das reformas sociais iniciadas em todos os países cultos.

E atendendo também às precárias condições económicas do funcionalismo público vos apresentará uma proposta de lei extinguindo o imposto de rendimento da lei de 26 de Fevereiro de 1892 sobre vencimentos não superiores a 600$000 reis e reduzindo a metade esse imposto sobre todos os outros.

No mesmo intuito vos será presente uma proposta elevando os ordenados dos aspirantes, amanuenses e segundos oficiais das Secretarias de Estado, começando assim o Governo a realizar o seu pensamento de melhorar sucessivamente, sem ocasionar perturbações financeiras, as condições de algumas classes do funcionalismo, especialmente nos graus inferiores.

Não tendo sido aprovado ainda o orçamento para o actual ano económico, entrou em execução, como o estabelecem as leis constitucionais, o orçamento de 1904-1905, último que obteve a sanção legislativa. Ainda no cumprimento dessas leis o Meu Governo vos submeterá o orçamento para o ano económico corrente, no qual tanto as receitas como as despesas vão calculadas por forma rigorosa e exacta e se descrevem em capítulo especial, para melhor estudo do parlamento, as despesas que o Governo encontrou criadas em virtude de diplomas susceptíveis de discussão.


A conversão da Dívida Pública Interna, a reforma do contrato vigente com o Banco de Portugal, a remodelação das disposições relativas a Companhias de Seguros, a desamortização dos bens da Companhia das Lezírias do Tejo e Sado, o estabelecimento de uma carreira de navegação nacional para o Brasil - são outros tantos problemas de carácter financeiro e económico para a solução dos quais o Governo vos apresentará propostas de lei.


A renovação da proposta sobre a pauta das alfândegas dará ensejo a que possa ser devidamente apreciado e resolvido um assunto que, pela sua importância, complexidade e larga incidência sobre os mais variados ramos da actividade nacional, reclama a mais acurada atenção e a mais ampla cooperação e iniciativa parlamentar.


Dignos Pares do Reino e Senhores Deputados da Nação Portuguesa:


O simples enunciado dos trabalhos e problemas que nesta sessão vão ser submetidos ao vosso estudo e aprovação marca bem a grandeza da tarefa que vos está confiada. Espero, porém, que, com o auxílio de Deus, a vossa ilustração e a própria consciência das responsabilidades que tendes para com o País vos animarão a colaborar numa obra de larga regeneração nacional que abra à nossa Pátria uma nova era de prosperidade e grandeza moral.

Está aberta a sessão."

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