sábado, 6 de dezembro de 2014

O Caramujo, romance histórico (13/18), combate


COMBATE



H.M.S. Asia no Tejo durante a guerra civil de 1834, William Joy (1803 - 1867) (?).
Imagem: Bonhams

No dia 22 de julho de 1833 estava Antão Diniz na sua sala, conversando com diversos officiaes das tropas do commando de Telles Jordão, a respeito da aproximação do duque da Terceira á margem esquerda do Tejo; dizendo uns que o duque pretendia dirigir-se sobre Aldeia Gallega, mas que n'este caso estava perdido, entalado como ficaria entre o Tejo e as forças do barão de Molelos [Francisco de Paula Vieira da Silva de Tovar e Nápoles (1774 – 1848)], que o haviam de bater; e dizendo outros que o duque pretendia entrar em Setubal e fazer-se ahi forte, mas que n'este caso tambem não teria remedio senão render-se, cercado como seria por mar e por terra.

Não sabiam ao certo onde o duque parava, nem mesmo a força que trazia, o que tambem era ignorado pelo governo de Lisboa; porém como prevenção tinha este mandado para Almada uma divisão composta de forças de caçadores 1, infanteria 14, artilheria, milícias do Algarve e Alemtejo, 200 cavallos de 7 e 3, voluntarios realistas de Cintra e outras terras, e mais algumas tropas, ao todo uns 5:000 homens, commandados por Telles Jordão.

Havia a esse tempo no logar da Amora, da Outra Banda, um homem muito liberal, de grande estatura e grandes forças, que fora soldado do regimento de milícias de Lisboa Occidental, e tão boa figura de soldado elle era, que formava sempre a testa de columna do regimento.

Este homem por alcunha — O Cavadas da Amora — ajudado pelos feitores e criados da sua lavoura, muito contribuia para a ignorancia em que os realistas estavam das forças do duque e das suas intenções, interceptando correspondencias, e prejudicando por todos os modos e quanto possivel o bom resultado das medidas que tomavam as auctoridades do governo de Lisboa.

E tambem n'isto o coadjuvava José Antonio do Nascimento Moraes [José Antonio do Nascimento Moraes Mantas], com a gente da fabrica das mantas de Arrentella, de que era administrador, e por isso lhe tinham posto a alcunha do Mantas, a qual mais tarde elle juntou ao nome como appellido.

Foi por estes e outros trabalhos que muito tarde o governo de Lisboa teve conhecimento de que o barão de Molelos não só não batera o duque, mas que este muito a seu salvo entrara em Setubal; e foi tambem por isto que Telles Jordão só veio a saber que o duque vinha atacal-o, quando este já avançava a marchas forçadas sobre Almada.

Por isso no dia seguinte, 23 de julho, á uma hora da tarde, dizia Telles Jordão a Antão Diniz, na casa onde este tinha o seu oratorio:

— O rebelde Manuel Severim [António José de Sousa Manuel de Meneses Severim de Noronha (1792 – 1860), Conde e Marquês de Vila Flor e Duque da Terceira] entrou em Setubal, demorou-se pouco tempo, e dirige-se para aqui a visitar-nos.

Estátua do Duque da Terceira.
Desenho de Simões d'Almeida, gravura J. Pedrozo, 1877
Imagem: Biblioteca Nacional de Portugal

— Coitado, vem buscar a morte-respondeu o commandante da cavallaria. Talvez este quarto tenha hoje de servir de camara funebre, se o sr. Antão Diniz der licença que se ponha o cadaver d'um tão notavel rebelde diante d'este oratorio, em quanto se não sepultar, porque em fim elle é christão.
— Em minha casa não — respondeu Diniz. Lá está a capella da Piedade, que e o logar proprio, e não fica longe.

— Que estão dizendo — bradou Telles Jordão. Pois esquecem-se de que esse homem é pedreiro-livre! Os pedreiros-livres não teem religião. Na praia, na praia é que o havemos de enterrar.
— Sim, aqui na praia do Caramujo, diz o velho commandante de 14, onde a sua alma póde passear á vontade, se alguma vez voltar dos infernos.

— Nada, nada, observa Telles Jordão, na praia de Cacilhas: fica lá melhor ao pé dos burros; mas desorelhado, porque eu quero levar as orelhas de presente aos meus amigalhaços da torre de S. Julião.

— Eu estou velho, disse Antão Diniz, e não presto para nada, cheio de gota como me vejo; mas tenho a cabeça desembaraçada para poder dar uma opinião, e se v. ex.a me permitisse que a desse...
— Diga lá, meu velho amigo, respondeu o general.

— Vamos a ouvir — disseram todos.
— Ahi vae, proseguiu Antão Diniz: se não prestar, faça v. ex.a de conta que é demencia de velho.

— Parecia-me melhor sair v. ex.a ao encontro do inimigo e esmagal-o com todos estes 8:000 homens de excellente tropa que tem á sua disposição. Que lhe parece?

Todos se calaram. O general, que era um homem valente e mais nada, gostou do conselho do velho, e sem meditar, perguntou logo para os seus officiaes:

— O que dizem a isto, senhores?
— Nada, nada! apressou-se a responder o commandante da cavallaria, desviando a custo os olhos do logar onde estava Mathilde conversando com o capellão da Piedade. Em parte nenhuma o recebemos tão bem como na Cova, onde eu posso trabalhar á vontade com os meus cavallos.

— Isso é assim — acudiu o general, prompto como era em adoptar qualquer opinião de momento, e incapaz de formar ou entender um plano de combate-o local e excellente para manobrar a cavallaria.

— E a infanteria e artilheria onde se hão de collocar? Note-se que somos 5:000 homens — observa o major de caçadores.
— Tem razão, disse Antão Diniz; além de que, relevem-me esta reflexão, eu dou pouco pela arma de cavallaria contra tropas costumadas ao fogo, depois da invenção dos quadrados.

— Se esperarmos aqui o inimigo, e se tivermos de retirar; digo isto por hypothese, porque todas se devem prevenir — advertiu o commandante dos voluntarios de Cintra, desabotoando a gola da farda que lhe rilhava as papadas do pescoço — não teremos terreno capaz para nos reorganisarmos, apertados como ficaremos entre a Piedade e o Tejo.

— Quem falla aqui em retirada — clama Telles Jordão enfurecido. Aqui ninguem retira, nem mesmo os malhados, porque não ha de escapar um só.

— Todos applaudiram, e até o capellão chegou a gritar "Viva o sr. D. Miguel I e morram os malhados" e toda a casa de Antão Diniz retinia com as aclamações.

— Mas senhor, acudiu o commandante do 14, não se tracta de enthusiasmo, nem de protestos de dedicação; todos temos muita: tractasse de um plano de combate: é sobre isso que o sr. general está ouvindo a nossa opinião a proposito de um conselho do sr. Antão Diniz.

Mas ninguem attendia, e todos faziam sasurro, conversando em grupos.

Vendo isto Antão Diniz, levantou-se, e apoiado na sua bengala, foi-se para junto de Telles Jordão dizendo-lhe:

— General! V. ex.a sabe quanto eu sou affecto á causa de El-Rei, e que tenho a experiencia de algumas campanhas: por isso insisto na minha opinião; mas se não fôr a melhor, não se esqueça v. ex.a de collocar fortes columnas no caminho do Alfeite ao Caramujo, e no que vem da Sobreda á Piedade, para não ser tomado pelos flancos.

N'isto ouviram-se ao longe tiros de fusilaria...

— Já!... disse Telles Jordão em voz baixa e admirado. Vamos, srs. officiaes, aos seus postos! De cá um abraço, meu velho Diniz! Adeus sr.a D. Francisca! Fiquem certos de que hei de tirar hoje as orelhas ao tal Manuel Severim, e preparem-me espirito de vinho para as conservar.

Era já tarde, se se quizesse adoptar o principal conselho de Antão Diniz.

O duque viera sempre a marchas forçadas, e quando Telles Jordão menos o pensava, estava elle proximo da Cova da Piedade.

Vista Geral — Cova da Piedade ed. desc., década de 1900
Imagem: Delcampe

Restava reforçar bem os flancos, e esperar o inimigo na Cova com o grosso das tropas. Este plano bem sustentado tornava critica a posição do duque, que não tinha para oppor aos 5:000 homens de tropas folgadas de Telles Jordão mais do que l:500, compostos dos pequenos corpos de infanteria 3 e 6, caçadores 2 e 3, poucas dezenas de academicos com duas pequenas peças ás costas de machos, e 17 lanceiros inglezes, tão bem montados como costumam apparecer os mouros na Praça do Salitre; e toda esta tropa quasi descalça, queimada pelo intenso sol de julho, e ralada de fadiga pelas não interrompidas marchas forçadas.

Mas o pequeno numero e o estado d'estas tropas ignorava-o Telles Jordão; pensava que sobre elle vinha todo o poder do mundo, e uma nuvem de lanceiros, arma desconhecida d'elle e dos seus.

Quem muito concorrera para esta falsa idea fora o Cavadas da Amora, interceptando correspondencias, e fazendo espalhar mentiras pelas populações da Outra-Banda.

Montava' Telles Jordão a cavallo, quando os insignificantes piquetes realistas das estradas lateraes recolhiam á Piedade diante das pequenas columnas que o duque por ali mandara, e uma força consideravel de todas as armas batia em retirada pela estrada de Corroios; de sorte que n'um momento se viu Telles Jordão encurralado na Cova, e atacado furiosamente pelos flancos e pela frente.

— Avança a cavallaria! gritou elle. E immediatamente abalaram os 200 cavallos.

Oficial do Regimento de Cavalaria n° 6, 1833.
Aguarela de Ribeiro Arthur.
Imagem: Colecção de Postais de Ribeiro Arthur

Ergueu-se logo aos ares uma nuvem de poeira, no meio da qual a cavallaria investiu com os 17 lanceiros, que começavam a golpear por aquella agglomeraçäo de tropas; mas sendo estes em numero tão diminuto, resistiram um momento e retiraram, ficando alguns feridos, mas sem perderem um só homem.

Charge of the Polish uhlans at the city of Poznań, Uprising 1831
Imagem: Wikipédia

Viu-se então apparecerem como dois reductos de fogo, os quadrados de caçadores 2 e 3, contra os quaes foi embater o ímpeto da cavallaria miguelista.

Aqui foi grande o horror da peleja, e os quadrados soffreram alguma perda; mas repelliram por fim a furiosa carga, apezar dos grandes brados de Telles Jordão, que não podendo desenvolver toda a sua força em tão estreito local, e estando na idea, bem como os seus officiaes, de que o inimigo que tinham diante era apenas as avançadas de um poderoso exercito, perdera a serenidade de espirito indispensavel a um general nas occasiões de perigo.

Continuando o vivo fogo dos liberaes a dizimar cruelmente aquelle acervo de inimigos, isto e a absoluta carencia de ordens apropriadas e rapidas trouxe a confusão, e relaxou-se até mesmo a disciplina.

Cada official começou a dar a sua ordem, e as tropas a dividir-se pelas quintas, casas, e valas do Caramujo, d'onde faziam fogo.

Comtudo, mesmo assim os realistas sustentavam o combate, e ainda depois de alguns tiros de artilheria e descargas de fusilaria mandou Telles Jordão dar uma segunda carga de cavallaria; foi porem esta mais infeliz do que a primeira, porque grande parte dos cavalleiros foram aprisionados ou se entregaram, assim como quasi toda a artilheria.

Immediatamente se introduziu o panico na divisão, e principiou a desorganizar-se. Uns renderam-se, outros fugiram para o interior da Outra-Banda, e para o castello d'Almada, que se entregou no dia seguinte ás 7 horas da manhã, e o resto começou a retirar sobre Mutella.

Ora, proximo desta povoação, justamente d'onde parte a estrada para Almada, havia uma cortadura com artilheria.

Ahi fez Telles Jordão alguma resistencia; mas sendo vencido, tomou pela estrada fóra com o grosso da columna em direcção a Cacilhas, sempre perseguido pelas tropas do duque, que o não deixavam resfolegar um só instante.

Batalha de Ponte Ferreira (detalhe), A. E. Hoffman, 1835
Imagem: Wikipédia

Quando isto acontecia viu-se cortarem o ar alguns 4 foguetes, cujo estrepito se confundia como tiroteio, mas que não escaparam ao gordo capitão, commandante dos voluntarios de Cintra, que retirava no meio de uns 30 dos seus; o resto tinha ficado estirado no campo.

Ao ouvil-os, o capitão olhou para um atentado sargento que o acompanhava, o qual lhe fez um ligeiro aceno de cabeça. O capitão correspondeu-lhe com outro e disse comsigo: "É meu irmão. Ah excellente irmão!"

— Ávante, bradou elle, sacudindo a cabeça, como se quizesse afastar as balas que lhe zumbiam aos ouvidos.

A retirada quasi se tornou em debandada. Telles Jordão lá ia com os restos da sua divisão, com o inimigo na rectaguarda sem lhe dar descanço, e perdendo immensa gente, até que chegando junto do poço de Cacilhas tentou fazer alto e resistir desesperadamente, para proteger o embarque que tinha começado; mas não conseguiu senão demorar o inimigo um momento.

Então outros foguetes romperam os ares, e bem os percebeu o capitão de Cintra.

Telles Jordão olhou em roda de si desorientado, e de todos os seus officiaes só viu o gordo cintrão com a gola da farda de todo aberta, e cheia do sangue que lhe corria de uma leve ferida na face.

— General! disse-lhe o capitão baixando a voz e rodeando-o com o seu magote de realistas. Temos feito o nosso dever, mas tudo está perdido. Meu pae foi seu camarada e amigo, quero salval-o. A meio da rua de Cacilhas ha uma casa deshabitada. Meu irmão está ali e espera-me. Já duas vezes me fez signal com foguetes. Venha comigo e está salvo.

— Sr. capitão! respondeu o general. O meu dever era matal-o por me propôr que fuja; mas seria uma grande ingratidão, porque as suas intenções são de um leal amigo, que se portou hoje como bravo. Salve-se, que eu fico.

— General, venha comigo! Á noite estaremos em Lisboa. Pelo triumpho da boa causa lhe peço que me acompanhe!
— Não.

— Por Deus e pela boa sorte da sua familia!... Ao menos renda-se.
— Desgraçado! E pensa que me poupavam a vida?!...

Neste momento a multidão levou-os para junto da casa.

— Uma ultima vez lhe peço, general — disse o capitão com as lagrimas nos olhos — siga-me.

Mas aquelle homem de ferro cravou os olhos no capitão e disse:

— Não, mil vezes não. Ou hei de ser o ultimo a embarcar com a minha tropa, ou hei de morrer.

O capitão calou-se, deixou pender a espada do fiel e gritou — Alto!

Os cintrões pararam, e enfileiram-se ao longo da parede, ficando atras d'elles o seu capitão.

Então abriu-se uma porta e tomou-se logo a fechar, tendo por ella desapparecido o gordo official.

— Armas no chão! disse o sargento para os seus voluntarios.

Dentro da casa, o piloto do Conceição Flôr de Maria abraçava seu irmão — Estás ferido! gritou elle assustado, vendo á luz de uma lanterna o sangue que lhe manchava todo o pescoço e gola da farda.

— É uma ferida leve na face.
— Toca para o esconderijo! diz Espanta-maridos, porque era elle quem tinha deitado as foguetes, correndo, não sem perigo de vida, pelas quintas proximas á estrada.

A casa toda fechada só era alumiada pela lanterna de Espanta-maridos. No interior havia um quarto que tinha por cima um sotão para onde se subia por escada de mão. Subiram todos tres, recolheram a escada, e deixaram cair o alçapão, ficando o tecto tão regular que não era possivel perceber que por cima havia aquelle esconderijo.

— Estamos seguros — disse Espanta-maridos. Nem o diabo aqui dava comnosco.
— E depois? perguntou o capitão limpando a ferida.
— Depois, respondeu-lhe o irmão, Espanta-maridos descerá em estando tudo acabado, irá pela estrada ao Caramujo, achará o escaler na praia, remará para uma pequena enseada proxima ao Pontal e levar-nos-ha para bordo do Flôr de Maria.

— Eia, o que lá vae fóra! Exclamou o capitão aproximando-se de uma fresta, que só podia ser vista do telhado, mas d'onde se podia ouvir distinctamente o rumor do combate.

Os cintrões tinham-se entregado. Telles Jordão continuou a marchar no meio dos fugitivos até ao cáes.

Ali, coadjuvado pelos soldados de que o forte de Cacilhas estava cheio, e que faziam fogo dos parapeitos, quiz metter em ordem os que o seguiam; mas o inimigo estava junto d'elle, de tal sorte que, alucinado, dirigiu-se a dois officiaes de caçadores contrarios, cuidando que eram dos seus, e gritando-lhes:

— Que vergonha esta, srs. officiaes! Ajudem-me a formar estes miseraveis carneiros!

Começava a escurecer, e os officiaes, que o não conheceram, e que estranharam a ordem, perguntaram-lhe quem era.

Infelizmente para elle, respondeu: "Sou Telles Jordão. Pois já não conhecem o seu general!..."

Então um dos officiaes disparou-lhe uma pistola á queima-roupa, o outro acutilou-o, e uni cabo trespassou-o com a baioneta.

O general, ferido mortalmente, inclinou-se para trás, e caiu desamparado sobre a lage.

Estava tudo acabado. O forte da praia entregou-se logo, bem como a pouca tropa que ainda resistia sobre o cáes, e alguns tiros de artilheria, dados com as proprias peças do inimigo, fizeram render os ultimos barcos cheios das suas tropas que fugiam fazendo fogo.

Cartas das vitórias liberais, litografia Manuel Luiz, 1835.
23 de julho de 1833 — Derrota dos Miguelistas em Cacilhas
Imagem: Biblioteca Nacional de Portugal

Já noite fechada, o corpo de Telles Jordão, todo crivado de feridas e com a cabeça horrivelmente mutilada, foi arrastado para fóra do cáes de Cacilhas, e ahi enterrado na areia. E no outro dia o Tejo mandava á praia os cadaveres de muitos soldados, que haviam caido no rio ao embarcarem, e tinham morrido afogados.

Quando Espanta-maridos chegou ao Caramujo, foi testemunha de uma dolorosa scena, que lhe causou vivissima dor, e que o demorou alguns momentos mais do que elle pensava.

A familia de Antão Diniz, acompanhada de Chrysostomo, Jeronymo, e Pedro Marques de Faria, tinha estado com o oratorio aberto, rezando porque Deus valesse a tão grande calamidade, quando para o fim do combate, uma bala perdida, partindo um vidro da janella, entrou no quarto, e foi atravessar o peito ao Faria, que encostado a uma cadeira espreitava para a rua.

Tocando-lhe a bala o coração, a morte foi instantanea; e effectivamente a casa do oratorio de Antão Diniz encontrou-a Espanta-maridos convertida em camara funebre, não para o duque da Terceira, como um official miguelista tão desastradamente dissera, mas para um pobre velho completamente inoffensivo, e que nada tinha com as coisas da guerra.


Silva, Avelino Amaro da, O Caramujo, romance histórico original, Lisboa, Typographia Universal, 1863, 167 págs.

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